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AMME repudia brigadistas do RS

Novembro de 2025

À Sua Excelência, Governador do Rio Grande do Sul – Sr. Eduardo Leite

Comandante Geral da Brigada Militar do RS Cel. Pm Claudio dos Santos FEOLI

Assunto: Pedido de Esclarecimento e Providências sobre a Morte de Jovem em Porto Alegre e Conduta dos Policiais Envolvidos

Venho, por meio desta, manifestar minha profunda indignação e preocupação diante do trágico episódio ocorrido recentemente na cidade de Porto Alegre, onde um jovem, que tinha o diagnóstico de esquizofrenia, foi abordado pela Polícia Militar e, infelizmente, perdeu a vida. O jovem, que estava desarmado e, portanto, não representava risco imediato à segurança dos policiais ou da população, foi submetido a uma abordagem que culminou em sua morte.

Este incidente é ainda mais gravoso e perturbador pelo fato de que, após a tragédia, há relatos de que policiais envolvidos na ocorrência estavam rindo dentro da viatura, demonstrando total desrespeito pela vida humana e falta de empatia diante de uma situação tão trágica.

É inaceitável que, em um Estado Democrático de Direito, um cidadão tenha sua vida ceifada de maneira tão violenta, ainda mais considerando o fato de que o jovem estava em uma situação vulnerável devido à sua condição de saúde mental. A esquizofrenia é uma doença que exige compreensão e tratamento adequado, não sendo justificativa para violência policial. A atuação da polícia, ao invés de promover a proteção e garantir os direitos do cidadão, tem se mostrado, neste caso, uma violação brutal dos direitos humanos.

Diante do exposto, solicito:

1. Esclarecimentos formais sobre as circunstâncias da abordagem policial e a morte do jovem, incluindo a apuração da conduta dos policiais envolvidos;

2. Providências imediatas para garantir que situações semelhantes não se repitam, com a implementação de treinamentos mais eficazes para policiais em situações de abordagem de pessoas com distúrbios mentais, bem como a revisão das práticas de uso da força policial;

3. Abertura de uma investigação independente sobre a conduta dos policiais que, ao que tudo indica, não demonstraram respeito pela vida humana e pela gravidade da situação, conforme os relatos de que estariam rindo após o ocorrido;

4. Compromisso público com a reforma da abordagem policial, visando a uma atuação mais humana e respeitosa dos direitos dos cidadãos, especialmente no que diz respeito ao tratamento de pessoas com transtornos mentais.

Não podemos aceitar que episódios como este se repitam em nossa sociedade. A Polícia Militar tem o dever de proteger e servir a população, mas é imprescindível que a atuação policial seja pautada pela empatia, respeito à dignidade humana e pelo cumprimento rigoroso dos direitos fundamentais, conforme garantido pela Constituição Federal.

Na esperança de que este caso seja tratado com a seriedade que merece, aguardamos um posicionamento claro e resolutivo das autoridades competentes.

Atenciosamente,

Sarah Nicolleli
Presidente da AMME – Associação Mãos de Mães de Pessoas com Esquizofrenia.

Esta carta conta com o apoio da AGAFAPE – Associação Gaúcha de Familiares e Pessoas com esquizofrenia.

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